Boa parte das decisões do policial é
tomada em frações de segundo (quase que instintivamente durante a
ocorrência). Para que isto seja evitado, é necessário o domínio completo
das técnicas de abordagem, assim como o conhecimento exaustivo de seus
princípios. Momento mais crítico do serviço policial a abordagem tem
alguns princípios que seguidos diminuem consideravelmente os riscos para
o policial. Sempre ensinados em cursos de formação nunca é demais
relembra-los:
1. O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
Como policial nossa função é levar
segurança para a sociedade, mas é impossível prover segurança sem ter
segurança, o que nos leva à realidade de que a segurança do policial
está em primeiro lugar. Ao agir o combatente tem que planejar
mentalmente o que vai fazer para que durante a abordagem a segurança do
policial e de seu companheiro (devemos evitar abordar sozinhos) seja
preservada.
- Ao abordar já estarmos com o armamento nas mãos (não se aborda com arma em coldre)
- Devemos olhar sempre as mãos do abordado (o perigo sempre vem das mãos)
- Durante a abordagem nunca cruzar a linha de tiro do companheiro
- Sempre ficar atento à cena da abordagem pois marginais não trabalham sozinhos sempre tendo um comparsa à espreita ou até mesmo sendo abordado
2. O PRINCÍPIO DA RAPIDEZ
Quanto mais rápida a ação dos policiais
na abordagem menos tempo o abordado tem para pensar sobre uma possível
reação ou fuga, mas é claro que rapidez na abordagem tem que vir
acompanhada com cautela. Não adianta fazer rápido mas mal feito.
3. O PRINCÍPIO DA SURPRESA
A surpresa é um principio que visa a
chegada da guarnição ou do policial de maneira inesperada no momento da
abordagem. De certa forma este principio se liga ao principio anterior. A
ação surpresa causa no suspeito espanto e consequentemente congela sua
reação. Deve-se sempre que possível surpreender o suspeito abordado,
mas sempre conservando-se os cuidados inerentes a uma boa abordagem,
reduzindo-se assim os riscos de uma reação por parte do abordado.
4. UNIDADE DE COMANDO
Durante uma abordagem não pode haver
confusão durante os procedimentos, e o abordado não pode agir da forma
que lhe convier, tudo que o abordado fizer durante uma abordagem é a
comando, mas para que as determinações sejam cumpridas elas têm que ser
emanadas de um só policial. Nada demonstra mais despreparo da guarnição
do que vários policiais dando ordens ( principalmente quando são
contraditórias: um policial falando para colocar as mãos na cabeça e
outro para colocar as mãos no carro). Até mesmo uma possível reação é
abandonada quando o abordado percebe a organização dos policiais na
abordagem.
5. AÇÃO VIGOROSA
Ao deparar-se com uma ocorrência
policial ou com a necessidade de uma abordagem de rotina, o policial
deve ser firme, enérgico e preciso. Desta maneira, reduzirá
a probabilidade de algum tipo de resistência, passiva ou ativa, por
parte do abordado. A voz do policial (verbalização) deve ser imponente.
Entretanto, é necessário não confundirmos “ação vigorosa” com
“truculência”, “arbitrariedade” ou “violência”.
O objetivo da ação vigorosa não é impor
medo nem constranger o cidadão, mas fazer com que ele entenda e obedeça
as determinações do agente de segurança.
Ao entrar no serviço o
policial militar tem que estar focado no seu serviço, não pode trabalhar
disperso ou pensando em contas ou problemas em casa. Além da sua vida o
combatente é responsável pela vida do seu companheiro de guarnição.
Poucos minutos em um dia de serviço destinado a um treinamento de
abordagem podem salvar sua vida. Treine independente dos outros, isso
não é vibração e sim preservação da vida, da sua vida.
Não se esqueça, se for para
fazer mal feito, com preguiça e má vontade não faça, deixe que outro
policial ou guarnição faça, pois fazendo mal feito não só sua vida
estará em risco.
Manual Básico de Abordagem Policial olicial