Nelito Fernandes e Solange Azevedo
Tráfico, assalto e seqüestro, no Brasil, deixaram de ser apenas "coisa de pobre". Num movimento social inesperado, jovens de classe média e alta entram cada vez mais no mundo do crime violento. Dias atrás, a polícia carioca matou Pedro Lomba Neto, de 23 anos, conhecido como Pedro Dom. Filho de uma família de classe média, criado na zona sul da cidade, Pedro Dom transformou-se no mais famoso ladrão de residências do Rio de Janeiro, envolveu-se com traficantes e resistiu à prisão atirando granadas nos policiais. A polícia paulista pegou uma quadrilha de jovens de um bairro nobre de São Vicente, no litoral, que assaltava casas, tomando crianças como reféns. Fatos como esses chamam a atenção porque a classe média só costumava freqüentar os boletins de ocorrência em casos como crimes passionais e brigas de trânsito. Agora, jovens "de boa família" traficam e roubam, assim como os mais velhos trocaram de lugar no balcão das drogas. Sócios de uma pizzaria do Rio, por exemplo, foram presos por envolvimento com uma quadrilha de tráfico internacional de cocaína. Em São Paulo até personal trainer bem pago vem organizando furtos a mansões de clientes.
Só neste ano, a Polícia Federal prendeu 69 traficantes bem-nascidos, em aeroportos, raves e boates. No Estado de São Paulo, o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) deteve 180 universitários pelo mesmo motivo. As cadeias também estão ficando mais democráticas: um censo feito pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro mostra que 15% dos presos têm renda familiar de mais de cinco salários mínimos. E nada menos que 5% dos detentos estão na faixa de renda que o Ibope enquadra como "classe A". Entre os motivos apontados pelos condenados para praticar crimes, o desejo de consumo é o segundo colocado, com 17%. Perde apenas para "satisfazer necessidades básicas", motivo principal entre os mais pobres, com 39% dos casos. "Jovens são naturalmente transgressores. O esvaziamento ideológico, além das falhas educacionais, faz com que, para esse grupo, o crime e o tráfico sejam a forma mais acessível de transgredir", explica o sociólogo Gilson Caroni Filho. "Além disso, há um componente de exibicionismo e sensação de poder. Acostumados a ter de tudo, muitos rapazes se frustram ao descobrir que, na idade adulta, não conseguem alcançar o padrão de consumo que ambicionam." Há dois anos, no Rio, apenas 20% das drogas eram apreendidas fora das favelas. Hoje, o porcentual chega a 50%. Isso acontece porque, diferentemente da cocaína, as drogas sintéticas — que estão na moda — não precisam ser compradas de barões do tráfico na Colômbia e Bolívia. São adquiridas em ambientes de classe média em Miami ou na Europa, ou mesmo produzidas no exterior, em fundos de quintal, por gente com um mínimo conhecimento de química. Em São Paulo, um estudante foi detido recentemente quando produzia LSD no laboratório de uma universidade.
Os estudantes, que no passado vendiam maconha ou cocaína, o faziam em grande parte para manter o próprio vício ou abastecer festinhas de amigos, mas não contavam enriquecer com isso. Agora, eles voam mais longe. A bagagem cultural e a facilidade para sair do país ajudam os novos traficantes. "Prendemos dois rapazes com um maço de passagens para Amsterdã. Eles ficavam um tempo trabalhando lá e voltavam com ecstasy para vender aqui. Outro tinha R$ 300 mil na conta bancária", diz Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc de São Paulo. Em Santa Catarina, surfistas poliglotas têm sido arregimentados como "mulas". Em troca de equipamentos para a prática do esporte, que custam entre US$ 4 mil e US$ 5 mil, eles levam cocaína para a Europa e trazem na bagagem ecstasy. "Eles têm entre 23 e 35 anos e são de classe média alta. Descobrimos filas de pessoas, inclusive meninas, que queriam ser aliciadas", conta o delegado da Polícia Federal Ildo Rosa. Ramificações dessas gangues foram descobertas em várias partes do país. Em Brasília, um grupo que movimentava cerca de R$ 500 mil por mês foi preso no início do ano. O papel de uma das integrantes chamou a atenção da polícia. Sandra Gorayeb era funcionária do Ministério Público e, segundo o delegado Miguel Lucena, além de trazer droga da Holanda, é suspeita de passar informações privilegiadas para o grupo. Ela trabalhava justamente no departamento que distribuía os mandados de prisão. "A quadrilha foi presa, mas, como tinha bala na agulha, já está na rua", diz Lucena. Em Goiás, a delegada Renata Cheim, do Denarc, diz que só não prende mais gente por falta de espaço.
Mas por que o crime de colarinho de grife cresce? Ironicamente, a violência contribuiu para isso. Com os grandes chefões do tráfico presos ou mortos, os morros do Rio estão sob a administração de bandidos mais jovens — e mais violentos. Não existe, entre a bandidagem mais nova, a cultura da malandragem de respeitar o consumidor e não "sujar a área". Entrar numa favela para comprar drogas tornou-se uma prática de altíssimo risco. No asfalto, o preço chega a ser multiplicado por dez. E isso aumenta o lucro dos traficantes. "Quase ninguém quer entrar no morro para comprar cocaína, o tráfico da droga caiu drasticamente. Agora, a classe média passou a comprar no próprio condomínio e procurar outras drogas, como o ecstasy — cujo tráfico é completamente controlado pela classe média", diz Marina Magessi, chefe de investigação da Polinter. "O consumo mundial de drogas sintéticas só perde para o de maconha", diz o delegado Ronaldo Urbano, coordenador-geral de repressão a entorpecentes da Polícia Federal.
O tráfico de condomínio cresce também porque vende a impressão de não ser violento. "Moralmente, essas drogas são consideradas menos ofensivas do que as injetáveis e os inalantes. Parecem com remédios e, para esses jovens, são mais aceitáveis", diz o criminólogo Túlio Kahn. "Mas duvido que eles entrem nessa por inocência, pois é um mercado muito lucrativo." Quem vende assim não se sente traficante: acha que é apenas um comerciante como outro qualquer, diz Marina. O lucro fácil — uma pílula é comprada no exterior por R$ 10 e chega a ser vendida por R$ 80 no Brasil — atrai gente como o administrador de empresas André Maurício Freire Pires, gerente de uma empresa de importação e exportação, preso há três anos quando trazia 10 mil comprimidos de ecstasy para o Brasil, vindos da Holanda. Embora tenha sido protagonista da maior apreensão de ecstasy no Estado do Rio, Maurício pode até ser considerado um traficante de pequeno porte, perto do volume de negócios feito pela quadrilha comandada pelo empresário José Antônio Palinhos. Há duas semanas, a Polícia Federal apreendeu num galpão 2 toneladas de cocaína dentro de buchos de boi, que iriam para Portugal. A carga valeria US$ 70 milhões. O quilo da droga era comprado por US$ 4 mil e vendido por US$ 35 mil. Só nesta operação, o grupo lucraria mais de US$ 60 milhões. Sandra Tolpiakow, sócia do restaurante Satyricon e da pizzaria Capricciosa, ex-mulher de Palinhos, foi presa, acusada de lavar o dinheiro da quadrilha com seus negócios.
A garotada bronzeada da praia também aderiu ao negócio. Em março deste ano, a polícia carioca prendeu uma quadrilha de traficantes universitários, com idade entre 18 e 27 anos. A chamada Operação Orla mostrou que o pessoal de tênis de marca está em sintonia com os bandidos pés-de-chinelo do morro. Universitário de 20 anos e morador de Icaraí, bairro chique de Niterói, Elton Gomes da Silva trocava a sala de aula pelo Morro do Estácio (na região central do Rio), onde, segundo a polícia, atuava como braço direito do bandido Anão, conhecido por decapitar suas vítimas. Elton, que desfilava de fuzil pelo morro, faria a ligação com os outros bandidos de classe média, abastecendo-os com cocaína e maconha, vendidas na orla carioca. Os endereços dos presos dão uma idéia de aonde o crime chegou. Carlos Augusto da Silva Ferreira, de 27 anos, o Carlinhos, foi preso no Leme, zona sul. Guilherme Martins de Lemos Bastos, de 18 anos, foi encontrado em casa, em Icaraí. O último preso, Anderson Pereira, morava na Ilha do Governador — ironicamente, numa rua chamada Grana.
Geralmente, a droga é o caminho para os jovens se envolverem com crimes pesados, como arrastões em prédios. Antes de uma operação, sempre existem dois ou três informantes, que passam para a quadrilha a rotina do prédio e dos moradores. "Geralmente, é um rapaz ou moça de classe média que mora por ali, que observa tudo sem levantar suspeitas", conta Eron Feitosa, especialista em segurança de condomínios da empresa Cooperminio. "É alguém que está envolvido com a quadrilha e oferece o serviço para pagar dívidas", diz. Daí para a execução do crime é um passo. Uma das histórias mais emblemáticas é a de Pedro Machado Lomba Neto, conhecido como Pedro Dom. Loiro de olhos azuis, ele foi morto aos 23 anos pela polícia carioca. Filho da classe média local, era viciado em cocaína e roubava para sustentar o vício e a estruturado tráfico montada por amigos bandidos. ä Apesar de não ser traficante, era membro da facção Amigos dos Amigos (ADA) e vivia refugiado nas favelas. A polícia diz que ele liderou ao menos 15 assaltos a casas e condomínios de luxo no Rio nos últimos dois anos.
Em agosto, a Polícia Militar paulista prendeu na Baixada Santista uma quadrilha de jovens — três maiores e um menor de idade — de um bairro nobre de São Vicente. Marcus Vinicius Lukic Veron Guimarães, de 23 anos, é filho de um ex-vereador. Eles foram pegos em flagrante e autuados por roubo qualificado e formação de quadrilha. O grupo roubava carros e, numa ocasião, fez seis reféns, incluindo duas crianças, num assalto a uma residência. Além de levar aparelhos eletroeletrônicos, jóias, dinheiro e cartões de banco, os rapazes ameaçaram matar um menino de 4 anos. "Embora não tão freqüentes, esses casos são preocupantes", diz o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado, de São Paulo.
Muitos desses bandidos fazem parte do convívio social das vítimas. A polícia de São Paulo no momento investiga um personal trainer conhecido na alta sociedade que furtava as mansões de seus clientes. O suspeito foi flagrado pelas câmeras de uma das residências. Surpreendido pela denúncia, tentou o suicídio e foi hospitalizado. No Espírito Santo, a polícia também desmantelou uma quadrilha de universitários abastados que se dedicava a seqüestros relâmpagos. É evidente que o dinheiro não é o principal motivo para levar esses garotos ao submundo. "Crimes violentos são de alto risco e baixa lucratividade", diz o sociólogo Ignacio Cano, da Uerj. "O que faz diferença nesses casos não é o elemento moral, mas a oportunidade — e a idéia de impunidade."
ESTUDANTES
Só neste ano, a polícia paulista prendeu 180 jovens universitários por tráfico ou associação, o triplo do ano passado
Holanda
José Joaquim Vieira da Silva Júnior, 28,
preso em São Paulo, é acusado de trazer droga de Amsterdã
Comércio
Márcio Albuquerque Lavor, 31,
foi investigado durante um mês pelo Denarc. Revendia drogas da Europa
Novidade
Mário Henrique Paiva Paciello, 28,
universitário, vendia a droga sintética conhecida como "cápsula do medo"
Ecstasy
Thiago de Jesus Aren, 19,
estudante de Direito, preso numa operação policial num bairro nobre de SP
Variedade
Wilmer da Cruz Arrais, 19,
foi preso vendendo pastilhas de ecstasy em latinhas do energético Redbull
Cocaína no bucho de boi
Sandra, sócia do Satyricon, acusada de lavar dinheiro da quadrilha do ex-marido
Operação Orla
Carlos Augusto Ferreira foi preso vendendo drogas nas praias cariocas
Big brother
O empresário Edilson Buba, ex-participante do reality show, foi preso no aeroporto de Curitiba com maconha e ecstasy
Boa família
Rogério Carreteiro, 24, filho de advogada e Marco Hurtado Júnior, 26, filho de coronel do Exército, com mesada de R$ 2 mil, foram presos por tráfico
Foro privilegiado
Daniel de Mello e Souza foi pego com 580 comprimidos de ecstasy em Brasília. Neto do presidente do Tribunal de Justiça do DF, responde em liberdade
Bola
Edinho (de azul), filho de Pelé, foi preso com o amigo Naldinho (de touca) por envolvimento com o tráfico de cocaína
Zona sul
Maurício Chaves da Silveira, o Mauricinho Botafogo, 25, foi ladrão de residências, antecessor de Pedro Dom
Boa pinta
Pedro Dom passou de viciado a assaltante de prédios — e acabou morto pela polícia
Divisão social da bandidagem Como a classe média se envolve no crime
Estelionato: é um dos crimes que mais têm o envolvimento da classe média. Crackers, por exemplo, invadem sites de bancos e roubam dinheiro dos clientes. Em agosto, a Polícia Federal prendeu mais de cem suspeitos em sete Estados e no Distrito Federal
Corrupção: a classe média sempre se envolveu nesse tipo de crime pagando propina ou subtraindo dinheiro dos cofres públicos ou de empresas. O político Paulo Maluf foi preso sob essa acusação
Assalto: casos pontuais são registrados pela polícia. Nas estatísticas gerais de roubos, não representam muito. Mas assustam demais a classe média. O caso de Pedro Dom é o exemplo mais recente
Homicídio: há décadas a classe média se envolve em assassinatos, principalmente em casos passionais. Histórias recentes, como a da ex-universitária e rica Suzane Richthofen, mostram que esse tipo de crime "evoluiu" para filhos matando pais e vice-versa
Tráfico: o mais comum é o envolvimento de jovens com o comércio de drogas sintéticas. Mas há casos de famosos integrantes de grupos de narcotraficantes de maconha e cocaína, como o ex-jogador de futebol Edinho, filho de Pelé
Seqüestro e arrastão em prédios: não é comum a participação da classe média na execução. Mas é cada vez mais comum o envolvimento de jovens consumidores de drogas na fase de preparação do crime, vendendo informações sobre os vizinhos
Ex-traficante internacional
José Estrella, filho de executivo de banco, tinha conexões com bandidos da Holanda
A ocasião faz o ladrão
Fatores que podem levar um jovem de classe média ao crime
1º) Desejo de bens de consumo inalcançáveis — Por mais dinheiro que possa ter, não realiza todos os sonhos de consumo. Acostumado a ter praticamente tudo desde a infância, o jovem não suporta a pressão e pode optar pelo crime
2º) Gosto pela transgressão — Os jovens têm uma tendência natural à transgressão. O esvaziamento político e ideológico, além das falhas educacionais, transforma o tráfico e o crime na forma mais fácil de cometer uma transgressão
3º) Glamourização do crime — Pesquisadores consideram que a mídia glamouriza o criminoso de classe média. Enquanto o bandido pobre dificilmente rende notícia, o de classe média aparece rapidamente nos jornais
4º) Desestruturação familiar — Sem uma base familiar sólida, o indivíduo vive uma crise de valores. Tem mais dificuldade para identificar o que é o direito do outro
5º) Ostentação de poder — Vivendo em uma sociedade que valoriza o espetáculo, o jovem é tentado a conquistar poder a qualquer custo e pertencer a um mundo que não é apenas "mediano"
6º) Estagnação profissional — Frustrado por não ter conseguido alcançar por meios lícitos o nível de vida idealizado e sem perspectivas na carreira, o jovem pode tentar subir por caminhos aparentemente mais fáceis
Traficantes de classe
Como as drogas sintéticas mudaram o perfil-padrão do bandido
SÃO PAULO
Só neste ano, a polícia prendeu 180 universitários ligados ao tráfico de ecstasy no Estado. No ano passado, os casos passaram de 60
RIO DE JANEIRO
A classe média domina 90% do tráfico de drogas sintéticas. Os 10% restantes vão para o morro pelas mãos da classe média
Na Barra da Tijuca, onde a renda média familiar é de R$ 5.700, estima-se que 40% dos condomínios de prédios tenham pontos de venda de droga, alguns dirigidos por moradores
GOIÁS
A cada festa ou rave freqüentada por jovens da classe média há de 30 a 50 detenções por uso de drogas sintéticas. Em média, dois ou três desses presos são traficantes
SANTA CATARINA
Segundo a Polícia Federal, uma investigação feita no ano passado revelou 150 pessoas de classe média envolvidas com o tráfico. Trinta foram presas
Só pretos e pobres
Polícia do Rio continua abordando "suspeitos" apenas com base em preconceito de raça e classe
A classe média tem um aliado na invasão do submundo dos crimes, como o tráfico de drogas. A abordagem de suspeitos feita pela polícia do Rio de Janeiro segue o padrão do preconceito, excluindo os brancos e bem vestidos. Essa é a conclusão de um estudo inédito publicado no livro Elemento Suspeito, de Silvia Ramos e Leonarda Musumeci, do Cesec, da Universidade Cândido Mendes.
A pesquisa contou com 2.250 entrevistas domiciliares, além de grupos de discussão com universitários e jovens do ensino médio e consultas a policiais militares de cinco batalhões cariocas. O objetivo foi entender a distorção que faz com que negros sejam os mais parados nas blitze e "duras", em geral, realizadas dentro ou perto de favelas.
José Junior, de 37 anos, negro, habitual freqüentador de favelas no Rio, é reiteradas vezes abordado. Lembra de um dia em que foi parado 13 vezes, em apenas seis horas. Ele tem as características do suspeito-padrão da polícia, mesmo sem ter relação com crimes. Junior é idealizador e coordenador da ONG Afroreggae, uma das mais bem-sucedidas iniciativas sociais do país.
Apesar de ser minuciosamente planejadas, com até duas semanas de antecedência, as blitze não têm critério. O controle do que é apreendido inexiste. "Costumamos dizer que o policial usa o índice IGCC para determinar quem vai ser abordado: idade, gênero, cor e classe", explica Silvia. O suspeito-padrão, conforme as entrevistas com policiais e civis, é jovem, do sexo masculino, negro e pobre.
Além de apontar a questão, o estudo visa a buscar iniciativas para melhorar a relação da polícia com o cidadão. O Cesec uniu-se ao Afroreggae e, há dois anos, faz oficinas culturais com a polícia. Só que em Minas Gerais. "Tentamos implantar o projeto no Rio, mas a polícia daqui é historicamente fechada", relata Silvia. As pesquisadoras prepararam uma palestra para apresentar os resultados nos batalhões. Até agora, não obtiveram permissão.
Rafael Pereira
Tipo suspeito
Perfil do cidadão parado para revista no Rio de Janeiro ivaney Delegado investiga universitários
Sexo: masculino
Idade: entre 15 e 24 anos
Cor de pele: negra
Renda: de 1 a 3 salários mínimos
Onde mora: dentro ou perto de favelas
situação suspeita
Em que ocasiões o policial aborda o carioca
Carro particular em blitz
A pé na rua
Ônibus ou trem
Carro particular sem blitz
Van ou kombi
Reportagem da Revista Época!!
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI82625-15228,00-O+CRIME+MORA+NA+CLASSE+MEDIA.html