Aids caminha para o interior do país, revela Ministério da Saúde
Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
Os grandes centros urbanos do país, onde hoje estão concentrados 52% dos casos de Aids, registraram queda de 15% na taxa de incidência da doença entre 1997 e 2007. No entanto, a incidência nos municípios com menos de 50 mil habitantes dobrou, revelando que a epidemia caminhou para o interior do país. Os dados, do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.
Em 1997, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes era cerca de oito vezes menor do que a registrada nas cidades com mais de 500 mil pessoas. Em 2007, essa relação caiu para três vezes.
Em municípios com mais de 500 mil pessoas, houve decréscimo da taxa de incidência, entre 1997 e 2007, de 32,3 para 27,4 notificações por 100 mil habitantes. No mesmo período, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes passou de 4,4 ocorrências em 1997 para 8,2 em 2007.
Regiões
Dos 100 municípios com mais de 50 mil habitantes que apresentam maior taxa de incidência de Aids, os 20 primeiros da lista estão no Sul. A primeira colocada é Porto Alegre (RS) com taxa de incidência de 111,5 por 100 mil habitantes, seguida por Camboriú (SC) com 91,3.
A tendência de crescimento de Aids nas cidades menores e queda nas maiores confirma-se nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O Norte e o Nordeste apresentam um perfil diferente: ocorre aumento da taxa de incidência, quando se compara 1997 com 2007, tanto em municípios grandes quanto em pequenos.
“Os dados justificam a necessidade de contínuo investimento em ações descentralizadas, respeitando as especificidades de cada local, sem perder o foco de que a epidemia, no Brasil, é concentrada”, destaca a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.
Total de casos
De 1980 a junho de 2009, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil. Durante esse período, 217.091 mortes ocorreram em decorrência da doença. Por ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. Em relação ao HIV, a estimativa é que existam 630 mil pessoas infectadas no país.
Mais meninas
Em 1986, início da epidemia de Aids no Brasil, havia 15 casos de Aids em homens para cada caso em mulheres. A partir de 2003, a proporção mudou: para cada 15 casos em homens, existem 10 em mulheres.
Já entre jovens de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as meninas. A inversão vem desde 1998, com 8 casos em meninos para cada 10 casos em meninas.
Entre homens, a taxa de incidência em 2007 foi de 22 notificações por 100 mil habitantes e, nas mulheres, de 13,9. Em ambos os sexos, as maiores taxas de incidência se encontram na faixa etária de 25 a 49 anos.
Transmissão
O boletim mostra que há uma tendência de estabilização na proporção de casos entre homens que fazem sexo com homens: a média é de 28% da proporção de casos registrados entre os homens, a partir de 2000.
Entre jovens gays na faixa etária de 13 a 24 anos, também houve aumento na proporção de registros: passou de 29,0%, em 1997, para 43,2%, em 2007.
A transmissão por drogas injetáveis apresentou uma acentuada queda no número de casos da doença, tanto em homens (de 22,6%, em 1997, para 7,4%, em 2007), quanto em mulheres (de 10,2%, em 1997, para 2,6%, em 2007).esse percentual alcançou 96,9%.
De mãe para o bebê
O Brasil reduziu em 41,7% a incidência de casos de Aids em crianças menores de cinco anos de idade. O coeficiente de mortalidade também caiu cerca de 70% (em 1997, era de 2 por 100 mil habitantes, caindo para 0,6, em 2007). A queda na taxa de transmissão da mãe para o bebê é resultado dos cuidados no pré-natal e pós-parto.
Mortalidade
A mortalidade por Aids vem se mantendo estável no país, a partir de 2000, em torno de 6 mortes por 100 mil habitantes.
Nos últimos oito anos, as mortes por Aids em homens caíram e em mulheres se mantiveram estáveis. Em homens, há diminuição de óbitos a partir de 1998 (de 9,6 registros por 100 mil habitantes para 8,1, em 2008). Em 2000, foram registrados 3,7 mortes por Aids em cada 100 mil mulheres e, em 2008, o coeficiente foi de 4,1.
SAIBA QUAIS OS MUNICÍPIOS QUE REGISTRARAM AUMENTO
Segundo o Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, a alta foi puxada por cidades do Norte e do Nordeste. Vizinha a Belém (PA), Ananindeua lidera a lista, com crescimento de 380%. Em seguida vêm São Luís (MA; 272,1%), Teresina (PI; 254,4%), Belém (PA; 230,9%), Manaus (AM; 149,1%) e Jaboatão dos Guararapes (PE; 136,2%).
Já os municípios de São Paulo concentram os maiores percentuais de queda. Entre eles estão Ribeirão Preto (72,5%), Sorocaba (55,3%), Santo André (51,7%), Osasco (51,6%), São Bernardo do Campo (51,1%) e São José dos Campos (47,1%). A capital paulista teve queda de 45,1%, ficando em sétimo lugar entre os que mais apresentaram redução no total de casos. Leia mais
Sudeste 59,3% (323.069 casos)
Sul 19,2% (104.671 casos)
Nordeste 11,9% (64.706 casos)
Centro-Oeste 5,7% (31.011 casos)
Em São Paulo
Os grandes centros urbanos do país, onde hoje estão concentrados 52% dos casos de Aids, registraram queda de 15% na taxa de incidência da doença entre 1997 e 2007. No entanto, a incidência nos municípios com menos de 50 mil habitantes dobrou, revelando que a epidemia caminhou para o interior do país. Os dados, do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.
Em 1997, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes era cerca de oito vezes menor do que a registrada nas cidades com mais de 500 mil pessoas. Em 2007, essa relação caiu para três vezes.
Em municípios com mais de 500 mil pessoas, houve decréscimo da taxa de incidência, entre 1997 e 2007, de 32,3 para 27,4 notificações por 100 mil habitantes. No mesmo período, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes passou de 4,4 ocorrências em 1997 para 8,2 em 2007.
Regiões
Dos 100 municípios com mais de 50 mil habitantes que apresentam maior taxa de incidência de Aids, os 20 primeiros da lista estão no Sul. A primeira colocada é Porto Alegre (RS) com taxa de incidência de 111,5 por 100 mil habitantes, seguida por Camboriú (SC) com 91,3.
A tendência de crescimento de Aids nas cidades menores e queda nas maiores confirma-se nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O Norte e o Nordeste apresentam um perfil diferente: ocorre aumento da taxa de incidência, quando se compara 1997 com 2007, tanto em municípios grandes quanto em pequenos.
“Os dados justificam a necessidade de contínuo investimento em ações descentralizadas, respeitando as especificidades de cada local, sem perder o foco de que a epidemia, no Brasil, é concentrada”, destaca a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.
Total de casos
De 1980 a junho de 2009, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil. Durante esse período, 217.091 mortes ocorreram em decorrência da doença. Por ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. Em relação ao HIV, a estimativa é que existam 630 mil pessoas infectadas no país.
Mais meninas
Em 1986, início da epidemia de Aids no Brasil, havia 15 casos de Aids em homens para cada caso em mulheres. A partir de 2003, a proporção mudou: para cada 15 casos em homens, existem 10 em mulheres.
Já entre jovens de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as meninas. A inversão vem desde 1998, com 8 casos em meninos para cada 10 casos em meninas.
Entre homens, a taxa de incidência em 2007 foi de 22 notificações por 100 mil habitantes e, nas mulheres, de 13,9. Em ambos os sexos, as maiores taxas de incidência se encontram na faixa etária de 25 a 49 anos.
Transmissão
O boletim mostra que há uma tendência de estabilização na proporção de casos entre homens que fazem sexo com homens: a média é de 28% da proporção de casos registrados entre os homens, a partir de 2000.
Entre jovens gays na faixa etária de 13 a 24 anos, também houve aumento na proporção de registros: passou de 29,0%, em 1997, para 43,2%, em 2007.
A transmissão por drogas injetáveis apresentou uma acentuada queda no número de casos da doença, tanto em homens (de 22,6%, em 1997, para 7,4%, em 2007), quanto em mulheres (de 10,2%, em 1997, para 2,6%, em 2007).esse percentual alcançou 96,9%.
De mãe para o bebê
O Brasil reduziu em 41,7% a incidência de casos de Aids em crianças menores de cinco anos de idade. O coeficiente de mortalidade também caiu cerca de 70% (em 1997, era de 2 por 100 mil habitantes, caindo para 0,6, em 2007). A queda na taxa de transmissão da mãe para o bebê é resultado dos cuidados no pré-natal e pós-parto.
Mortalidade
A mortalidade por Aids vem se mantendo estável no país, a partir de 2000, em torno de 6 mortes por 100 mil habitantes.
Nos últimos oito anos, as mortes por Aids em homens caíram e em mulheres se mantiveram estáveis. Em homens, há diminuição de óbitos a partir de 1998 (de 9,6 registros por 100 mil habitantes para 8,1, em 2008). Em 2000, foram registrados 3,7 mortes por Aids em cada 100 mil mulheres e, em 2008, o coeficiente foi de 4,1.
SAIBA QUAIS OS MUNICÍPIOS QUE REGISTRARAM AUMENTO
Segundo o Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, a alta foi puxada por cidades do Norte e do Nordeste. Vizinha a Belém (PA), Ananindeua lidera a lista, com crescimento de 380%. Em seguida vêm São Luís (MA; 272,1%), Teresina (PI; 254,4%), Belém (PA; 230,9%), Manaus (AM; 149,1%) e Jaboatão dos Guararapes (PE; 136,2%).
Já os municípios de São Paulo concentram os maiores percentuais de queda. Entre eles estão Ribeirão Preto (72,5%), Sorocaba (55,3%), Santo André (51,7%), Osasco (51,6%), São Bernardo do Campo (51,1%) e São José dos Campos (47,1%). A capital paulista teve queda de 45,1%, ficando em sétimo lugar entre os que mais apresentaram redução no total de casos. Leia mais
CONCENTRAÇÃO DOS CASOS DE AIDS
Sudeste 59,3% (323.069 casos)
Sul 19,2% (104.671 casos)
Nordeste 11,9% (64.706 casos)
Centro-Oeste 5,7% (31.011 casos)
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