Policial militar divulga Carta aberta à sociedade Jequieense
Queridos familiares, amigos, imprensa e
sociedade Jequieense. Infelizmente, fui tomado de surpresa essa semana,
enquanto encontrava-me no movimento de paralisação dos policiais
militares, pois governo do estado da Bahia, por meio dos órgãos de
comunicação divulgou uma lista com 12 (doze) nomes de policiais
militares com mandados de prisão preventiva decretada, esta que, por sua
vez, trazia o meu nome incluso, injustamente, como praticante dos
crimes de formação de quadrilha, seqüestro de viaturas e depredação do
patrimônio público na cidade de salvador-BA, como desculpas para impedir
uma movimentação pacifica, e respeitosa como aconteceu aqui na cidade
de Jequié, não só para com os superiores hierárquicos, como também com
toda a sociedade jequieense.
Não posso e não aceito esse peso por
supostos atos que não cometemos e não compactuamos, mesmo porque, não me
ausentei da cidade de Jequié nesses dias de paralisação, o que pode ser
constatado pelos próprios meios de comunicação local e pela tropa, nas
diversas reuniões e assembléias que participamos.
Não posso ficar calado num momento como
este, pois observamos, infelizmente, que tal ato de decretação de prisão
dos diretores da ASPRA, (inclusive não sou membro da ASPRA e sim da
APPM BA) servia apenas como “pano de fundo” para sufocar o grito de
socorro engasgado há 14 anos no seio da corporação PM. Grito este que se
resume na regulamentação da LEI 7.145/97, que define as regras para
pagamento dos policiais militares, tais como: Gratificação da atividade
policiail-GAP 4 e 5, a insalubridade, adicional de periculosidade,
auxilio acidente. Também, não podemos descartar a possibilidade de que
tais atos estejam perpetrados com o intuito de enfraquecer o movimento
reivindicatório, que é mais do que justo.
Informo a todos, que sou policial
militar a quase 15 anos, no excepcional comportamento, sempre trabalhei
com afinco e profissionalismo nas mais diversas atividades e funções
designadas, a exemplo na Cia Especial (Boinas Pretas) por mais de 10
anos e agora na 1ª Cia (Centro).
Tratar-me como criminoso, atribuindo-me
atos praticados na capital do estado, quando, repito novamente, em
nenhum momento deslocamos da nossa cidade, é um ato de
IRRESPONSABILIDADE sem precedentes, e/ou até mesmo criminoso, fazendo-me
recordar um pensamento de Octávio Mangabeira: “Pense num absurdo, na
Bahia tem precedentes”. Ao contrario do que tentam imputar a minha
pessoa, sou uma pessoa evangélica, com formação superior em Enfermagem,
com pós-graduação em Saúde Pública, pai de dois filhos que amo, possuo
pais, irmãos, amigos, que têm plena convicção da minha honestidade e
integridade, e por isso, não aceito ser taxado pelo Governo do Estado
como criminoso.
Informo ainda, que se lutar pelos
direitos trabalhistas é um crime, isso “só pode ser na Bahia”. Tenho a
plena certeza, que a verdade logo prevalecerá e tudo voltará à sua
normalidade. Espero que haja sensatez nessa hora para resolver as
questões dos policiais militares, negociando uma solução pacífica, não
impondo de forma autoritária, pois já se percebe que a força nesse
momento em nada resolve, apenas agrava mais a crise já estabelecida e
que, ao invés de saná-la, tentou escondê-la. O pleito da categoria é
legítimo, isso ninguém pode negar, é somente consultar a LEI 7.145/97.
Nada disso teria acontecendo se o governo tivesse atendido o pleito da
tropa no ano de 2009, ao invés de ignorar e sufocar aquele movimento
reivindicatório intitulado MOVIMENTO POLICIA LEGAL.
Gostaria de tranqüilizar toda a
sociedade Jequieense, parentes e amigos, que tudo será esclarecido o
mais breve possível, ressaltando que todos nós, policiais militares,
possuímos compromissos com esta cidade, pois também estamos inseridos
nela. Não deixaremos ser-mos abatidos, e com senso e responsabilidade
continuaremos esse movimento até chegar a um acordo pacífico entre a PM x
Governo.
Juntos somos fortes, e unidos venceremos em nome de Jesus.
GILVAN SOUZA SANTANA- SD PM
Fonte:
Blog Junior Mascote.