Armas vendidas por meio de sites estrangeiros na internet estão sendo compradas por baianos e entregues pelos Correios em Salvador, passando pela fiscalização alfandegária. Pistolas e fuzis de pressão, produtos de venda controlados pelo Exército Brasileiro, são importados sem a autorização exigida pelo Estatuto do Desarmamento. A prática ilegal foi constatada por A TARDE, que adquiriu o armamento pela internet (confira matéria sobre entrega do armamento à Polícia Federal na página 7).
Essas armas são vendidas no comércio virtual e há muitas lojas especializadas no setor com fiscalização do Exército Brasileiro, porém, não há uma fiscalização tão eficaz a cerca da distribuíção destas armas para pessoas não cadastradas para a prática do Airsoft, por isso, esse armamento está caindo nas mãos de pessoas não autorizadas, consequentimente, nas mãos de bandidos, que certamente usarão essas armas para intimidar a própria polícia e para realizar assaltos, já que, este armanento é bem confudido com uma arma de fogo.
Veja as réplicas deste tipo de armamento, são indenticas as originais, ou seja, as armas de fogos.
Réplicas de armas de fogo, feitas de ferro e com capacidade de disparar projétil de plástico, as pistolas e fuzis de pressão são usadas para a prática esportiva chamada de airsoft, uma espécie de jogo que simula combates armados. Bastante difundido na Europa, o airsoft já vem sendo praticado legalmente por cidadãos civis na Bahia e como treinamento para policiais. Mas pessoas que não são praticantes estão importando as armas sem autorização do Exército Brasileiro.
Apesar da fiscalização alfandegária da Receita Federal (RF) e do controle da Empresa Correios e Telégrafos (ECT), armas de airsoft, escondidas dentro de encomendas postais, estão chegando ilegalmente na Bahia, como confirmou A TARDE, depois de receber uma denúncia.
A reportagem de A TARDE constatou a facilidade com que essas armas podem ser comprados, por intermédio de sites ancorados na China e e em outros países. Sem qualquer dificuldade, os repórteres compraram duas pistolas de pressão, pagaram com cartão de crédito e receberam o produto no endereço indicado, sem questionamento das autoridades.
As duas pistolas passaram pela fiscalização da Receita Federal, responsável pela entrada de produtos no País. Depois, as armas escaparam do controle dos Correios, na agência central de Salvador, no bairro da Pituba.
Em apenas 20 dias e por cerca de US$ 20, a reportagem recebeu as duas réplicas de pistola e uma quantidade de munição. A TARDE optou por não divulgar o nome do site, para evitar a prática ilegal.
As duas pistolas compradas pela internet foram mostradas ao delegado regional da Polícia Federal da Bahia, Daniel Veras, que ficou impressionado com a verossimilhança entre as armas de pressão e as verdadeiras.
O delegado disse que uma das armas é cópia de uma pistola calibre 765, enquanto a outra é idêntica a uma Tauros 9 milímetros.
Para Veras, da mesma forma como pistolas de pressão passaram pela fiscalização, armas de fogo verdadeiras também podem estar entrando no País pelos Correios.
Fiscalização - Apesar de os Correios e Telégrafos estarem apreendendo uma média de seis armas de pressão por semana, em Salvador, a empresa pública admite deficiência na fiscalização. A assessoria de imprensa da empresa informou que não tem como passar todas as encomendas pelo aparelho de raio-x. O controle ocorre por amostragem. Já a Receita Federal foi contactada três vezes, por meio da sua assessoria de imprensa, mas não respondeu.
Marcelo Brandão e João Mauro Uchôa
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5646721
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