quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Bahia tem novo Secretário de Segurança Pública (SSP)




Autor: Danillo Ferreira
Desde ontem que é notícia nos principais meios de comunicação do Estado da Bahia: o Governador Jaques Wagner divulgou a mudança do Secretário de Segurança Pública do estado, que atualmente é o delegado da Polícia Federal César Nunes, que deixa a pasta para um de seus auxiliares, o também delegado da PF Maurício Barbosa, que deixará a Superintendência de Inteligência da SSP.


A mudança ocorre no momento que a inprensa está mobilizada em desfavor ao Secretário César Nunes, atribuindo-lhe a sonegação de informações acerca das ocorrências criminais na Bahia. Até mesmo a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se manifestou contra a mudança de metodologia na divulgação das informações criminais ocorridas recentemente. Clique na imagem abaixo e entenda o caso no site do Correio:




A área da segurança pública, algo reconhecido pelo próprio Governador Wagner, é das mais sensíveis do governo baiano. A mudança na secretaria pode – e precisa – representar muito em termos de renovação, com a expectativa de melhorias na área. Ao novo secretário, que não pode ser subestimado por sua relativa pouca idade, deseja-se a ponderação e capacidade de articulação e formulação de políticas indispensáveis à área crítica que assumirá. Creio que este deva ser o voto dos cidadãos baianos – policiais ou não.

http://abordagempolicial.com/2011/01/bahia-tem-novo-secretario-de-seguranca-publica-ssp/

Veja os comentários da imprensa baiana sobre a substituição:

EXCLUSIVO: César Nunes teria perdido no campo “relacional”, dizem fontes do governo

Considerada a surpresa do atrasado e incompleto anúncio do secretariado do governador Jaques Wagner – até seu colega de Sergipe, Marcelo Déda (PT), acusou o baiano de demora nas mudanças – a substituição do delegado César Nunes por um auxiliar dele, Maurício Telles, no comando da secretaria estadual de Segurança Pública foi decidida hoje à tarde pessoalmente pelo primeiro mandatário do Estado.

Até ontem à noite, quem se entrevistou com o governador não ouviu dele palavra sobre qualquer alteração na SSP, afora indicações de que poderia mudar aqui e ali, em outros campos do governo. O que se passou neste curto período ninguém imagina, mas é voz corrente que Wagner quer dar um recado à sociedade com a troca de comando na SSP, a terceira em pouco mais de quatro anos de governo.

A principal deles é a de que reconhece que a situação da violência na Bahia piorou e que vai tentar enfrentá-la agora de uma nova forma. Entre auxiliares do governador, Wagner teria deixado indicações muito sutis de que não estava contente com a atuação da pasta no seu discurso de posse na Assembleia. Na mesma solenidade, a chefe da Casa Civil, Eva Chiavon, figura de sua máxima confiança, nomeou vários secretários, mas “esqueceu-se” de Nunes.

Sinais à parte, há convencimento no grupo do governador de que, apesar do empenho com que se envolveu na tarefas de secretário, atributo que não pode ser atribuído, por exemplo, ao seu antecessor, Nunes perdeu no campo “relacional”. Seu estilo muito duro teria ficado evidente, inclusive, numa reunião que manteve com o movimento negro e setores religiosos, além de petistas, na presença do governador, por ocasião da agressão de dois PMs a uma ialorixá em Ilhéus, em novembro do ano passado.

No encontro, segundo relatou o Política Livre, com exclusividade, à época, as “lideranças (presentes) foram praticamente unânimes em demonstrar seu descontentamento com a maneira com que questões de racismo e intolerância religiosa eram tratadas pelo aparelho policial baiano”, o que ensejou um pedido praticamente claro ao governador pela substituição do secretário.

O episódio foi retratado pelo site com o sugestivo título “Caso de tortura a ialorixá pode resultar em novos afastamentos”, numa indicação de que, além do desligamento dos dois policiais envolvidos na agressão à ialorixá, novas mudanças poderiam ocorrer na pasta. Três meses se passaram para que a alteração ocorresse e Wagner concluísse que poderia substituir Nunes pelo auxiliar.

Maurício Telles, que chefiou o setor de Inteligência da SSP a convite do próprio Nunes, seria, no dizer de um auxiliar do campo jurídico de Wagner, muito mais tratável do que o ex-chefe, a quem teria exposto, de forma franca e aberta, suas divergências com relação ao modelo de atuação da secretaria. Por conta de sua expertise, teria, inclusive, recebido convite para ser subsecretário de Segurança do Rio de Janeiro.

O texto em que o Política Livre anunciou pela primeira vez o descontentamento no centro do governo com a atuação de César Nunes e a possibilidade de seu afastamento pode ser lido abaixo

http://www.politicalivre.com.br/index.php/2011/01/exclusivo-cesar-nunes-teria-perdido-no-campo-relacional-dizem-fontes-do-governo/
 
O rei morreu. Viva o rei!
Por Jaciara Santos– 18 de janeiro de 2011

Até entre auxiliares mais próximos causou surpresa a exclusão do delegado César Nunes do quadro de novos colaboradores do governador Jaques Wagner. Principalmente porque, até a manhã desta segunda-feira (17), nada nos corredores da Secretaria de Segurança Pública sinalizava que haveria mudança na cúpula, segundo um assessor do alto escalão. Se a defenestração de Nunes causou espanto, não menos surpreendente foi a nomeação por uma de suas crias, o também delegado federal Maurício Telles, ex-superintendente do setor de inteligência da SSP-BA e, até onde se sabe, homem de confiança do ex-secretário.

O que teria nocauteado Nunes? Seu estilo pouco diplomático, com certeza é uma das razões. O ex-secretário nunca foi um modelo de civilidade, embora saiba ser galante quando lhe apraz. Os indomáveis índices de violência, capitaneados pela assustadora soma de 6.439 homicídios dolosos em quatro anos (dados oficiais da SSP-BA), certamente também deram sua contribuição para o débâcle. Afinal, a segurança pública não foi exatamente a área em que o governo Jaques Wagner se saiu melhor em seu primeiro mandato. Natural, portanto, que mande dizer à sociedade que está atento aos pontos fracos da gestão e disposto a promover ajustes no sentido de retribuir à comunidade a confiança materializada na robusta votação que lhe conferiu esta segunda temporada como mandatário da Bahia.

Mas há dúvidas. Não se sabe o que o novo secretário trará de mudanças para a pasta que acaba de lhe cair ao colo. Até porque participou da gestão anterior e é conhecedor das mazelas do órgão, da má vontade que o pessoal da casa devota aos “caras” que vêm de fora, como ele. Verdade que Telles é mais afável e aparentemente mais maleável que seu antecessor, embora não chegue a cultivar o dom da humildade. Esse, aliás, é um aspecto que vai determinar a escolha do nome para chefiar a Polícia Civil. Chegou a circular nos bastidores o boato de que poderia ser certo delegado que hoje ocupa inexpressivo cargo de assessoria no gabinete da secretaria, apesar da indiscutível competência já demonstrada em postos de comando na organização. Há um problema, porém. O suposto candidato tem brilho próprio, o que provavelmente poderia acabar ofuscando seu superior hierárquico. Para se manter como centro das atenções, o novo secretário precisa de alguém com um perfil mais discreto. Alguém de reconhecida competência, mas discreto o suficiente para se manter nos bastidores.
http://aqueimaroupa.com.br/?p=35631

O que mais surpreende na mudança, é o relativamente curto histórico de atuação do novo Secretário na área. O delegado Maurício Barbosa tem 32 anos, e se formou delegado na Academia Nacional de Polícia em 2002. Só para termos uma ideia do que isso representa, basta observar que boa parte dos oficiais da PM baiana se formaram em 2002 ainda são tenentes. A expectativa atual é sobre a manutenção ou não dos atuais gestores das polícias civil e militar.

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