quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Secretário que defendeu flexibilizar prisão para pequeno traficante deixa o governo


Anunciado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, como o novo secretário Nacional de Política sobre Drogas, Pedro Abramovay não irá mais ocupar o posto. Para o lugar de Abramovay na Senad, que era ligada à Presidência e agora passou a ser vinculada ao Ministério da Justiça, foi indicada a atual secretária-adjunta da pasta, Paulina do Carmo Vieira Duarte.

A saída de Abramovay do governo acontece após ele defender, em entrevista ao jornal “O Globo”, penas alternativas para pequenos traficantes de drogas. A declaração causou polêmica e o governo precisou negar a intenção de afrouxar a legislação criminal.

Embora a entrevista tenha causado atrito, a assessoria de imprensa do ministério não vincula a declaração de Abramovay ao fato de sua indicação para ocupar o posto ser retirada. De acordo com a pasta, Abramovay comunicou a Cardozo que desistiu de assumir a secretaria pois recebeu “um convite externo” do governo, mas não deu detalhes sobre esse suposto convite.

Apesar de anunciado por Cardozo, Abramovay ainda não havia sido oficialmente nomeado para o cargo e, portanto, não será necessário que seja exonerado do posto. Antes de anunciado para a Secretaria de Política sobre Drogas, Abramovay foi secretário Nacional de Justiça, cargo que exerceu até o fim do ano passado.

No início do mês, ao receber o cargo do antecessor, Luiz Paulo Barreto, Cardozo afirmou que o combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado seria o principal foco da sua gestão. A declaração de Abramovay foi entendida pelo governo como contrária a esse posicionamento.

Perfil

Pedro Abramovay já foi secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e chegou a chefiar o ministério interinamente. Formado em direito pela Universidade de São Paulo, ele assumiu a secretaria do Ministério da Justiça em 2007, com apenas 26 anos.

Mas o cargo não foi nenhuma surpresa para ele, que antes de chegar lá já havia trabalhado, em 2003, como assessor do gabinete de Marta Suplicy, na Prefeitura de São Paulo, e como assessor jurídico da liderança do governo no Senado, no mesmo ano. Em 2004, virou assessor especial do ex-ministro da Justiça Márcio Tomaz Bastos.

Fonte: R7

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